Conhecer o outro, aprender com as diferenças
No Santa Maria, alunos são preparados para o acolhimento desde a Educação Infantil; atividades cotidianas ajudam em trabalho de aproximação ao outro no início do Ensino Fundamental
O 1º ano do Fundamental I no Santa Maria é a série que recebe o maior número de alunos novos vindos de outras escolas em que cursaram a Educação Infantil. Para acolher essa diversidade e integrar os dois grupos, o dos recém-chegados e o dos que já estudam no Colégio, os educadores preparam um programa especial, planejam atividades voltadas para a acolhida, para a integração dos novos alunos e a formação de vínculos de amizade.
Por outro lado, os alunos do Santa Maria, desde que ingressam na Educação Infantil, são formados para conhecer a si mesmos, reconhecer o outro, suas diferenças e semelhanças, para que possam aprender com ele, ensinar o que sabem e, assim, crescer como pessoas. “Só podemos aprender na interação com o outro e com o meio”, reforça a orientadora do 1º ano, Sueli Gomes.
O trabalho com a identidade e a diferença ao longo das séries da Educação Infantil se amplia até que formem um grupo. Assim, ao chegar ao 1º ano, esse grupo está apto a receber novos integrantes que tragam ainda mais diversidade e desafios, pois foram preparados para aceitar e conviver com as diferenças.
No dia a dia, esse objetivo permeia as atividades de aprendizagem, tanto nas estratégias quanto nos conteúdos. Propor a formação de duplas colaborativas que estejam em níveis diferentes de aprendizagem ajuda na compreensão dos temas de estudo e pode contribuir, e muito, para um conhecimento pessoal e social, afinal, o ensino não está somente nas mãos do professor: todos têm seus conhecimentos para partilhar, interagir e formar as competências e habilidades necessárias à aprendizagem.
O acolhimento dá o contexto para a criação do clima que favorece a percepção do outro, a identificação e expressão dos sentimentos, a compreensão da diversidade e do papel de cada um na construção dos vínculos de amizade. Na verdade, esse ambiente acolhedor e amigável é essencial para a construção dos conhecimentos próprios da alfabetização, a leitura e a escrita, tão fundamentais e exigentes para as crianças. “É um período de muita ansiedade na vida das crianças”, declara a professora da série, Elaine Soares da Silva.
Quando podemos dizer que captamos o interesso do outro?
A resposta é: quando aprendemos a olhar para ele, a identificar suas necessidades e nos colocamos a serviço dele para que as supere (o trabalho do início do ano, por exemplo, já propunha ações neste sentido). “Ampliando esse alcance, proporcionamos um trabalho com outros alunos, que não fazem parte do convívio escolar dos nossos alunos. São crianças como eles, em idades próximas, com os mesmos sonhos, aspirações, desejos e conhecimentos a partilhar”, revela a professora.
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